sábado, 8 de fevereiro de 2020

BERNARDO SANTARENO|UMA OBRA DE CADA VEZ (5)|«Os Marginais e a Revolução»





Um dos comentários na «Good reads»:

«Bernardo Santareno foi um dos grandes dramaturgos portugueses do século XX, com variadas obras publicadas com grande êxito, representadas múltiplas vezes por boas companhias de teatro e até algumas delas transportadas para a tela.
Santareno faleceu em 1980 e as quatro pequenas peças apresentadas nesta obra intitulada "Os Marginais e a Revolução", foram escritas em 1979, sendo portanto das últimas obras escritas por BS, e penso que as únicas que têm como conteúdo o período pós 25 de Abril, ainda bem recente nessa altura.
As peças são "Restos", "A Confissão", "Monsanto" e "Vida breve em Três Fotografias" e todas elas focam temas muito em destaque no contexto da data da sua escrita, embora variados - a droga, as diferenças sociais, o papel da Igreja e o caciquismo, a marginalidade, a prostituição, homossexualidade e até um tema agora muito falado - a identidade de género - e o crime, sem esquecer o colonialismo.
Nalguns casos, e curiosamente só bastante recentemente, certas zonas de Lisboa, deixaram de fazer parte como faziam na altura, da marginalidade reinante - Monsanto, o Parque Eduardo Santo, o Intendente e o Casal Ventoso.
Na sua linguagem muito crua e directa, Bernardo Santareno, disseca completamente os temas focados, sem concessões e mostra como homem de esquerda que sempre foi, a podridão do antigamente mas também a grande confusão sócio-económica desses anos do imediato pós 25 de Abril.
Esta obra foi publicada no IV e último volume de uma obra fundamental que é a "Obra completa de Bernardo Santareno" da Editorial Caminho, embora o livro que li seja uma edição "independente" da Ática.
Livro fundamental até porque escapa às grandes obras do autor, essas sim bem divulgadas». Veja aqui.




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