«Homem com profundo conhecimento do catolicismo; homem que não acredita na predestinação (seja ela o símbolo do pecado original cometido ou da hierarquia social a ser cumprida); homem que vê, na volta à sexualidade instintiva e na ligação do ser com a terra, uma forma de ascese; homem que encontra no comunismo a possibilidade de uma elevação da sociedade. Dramaturgo português, enfim, que traz às suas peças o direito de denunciar e compreender o que traz agonia e desespero aos portugueses e a todos os homens que viveram ou vivem culturas semelhantes à lusitana».
Sinopse
Fruto do trabalho de professores de renomadas instituições de ensino do Brasil e de Portugal, o livro estuda o teatro de Bernardo Santareno, um dos mais importantes dramaturgos portugueses do século XX, que escreveu peças que denunciam e desvelam o que traz agonia e desespero aos portugueses e a todos os homens que viveram ou vivem em culturas semelhantes à lusitana dos tempos do autor.
“Em Santareno, o indivíduo surge, regra geral, em conflito com a lei enquanto reflexo do ordenamento jurídico institucionalizado ou apenas manifestação de uma ancestral vinculação consuetudinária.
Porém, o mal, a perversidade, a progressiva perda da pureza originária faz com que a lei, procurando a sua fundamentação essencial no bem, perca, na usura do cotidiano, o seu sentido mais absoluto, dela não restando, na maior parte das vezes, mais do que a face visível e hipócrita da sua formalização institucional.
O homem parece, assim, condenado a conviver com a lei, enquanto aparência inquinada de uma originária carta de conduta que, apesar de visar o bem coletivo e individual, na prática, não consegue superar as barreiras que se levantam. O homem não tem grande escolha...
Será sempre um ser desajustado; um anjo ferido...
Como já se disse, perante uma lei que só pela força se mantém, resta-lhe procurar a realização do melhor enquanto reflexo do bem possível e justo”.
José Oliveira Barata (Universidade de Coimbra).
“Em Santareno, o indivíduo surge, regra geral, em conflito com a lei enquanto reflexo do ordenamento jurídico institucionalizado ou apenas manifestação de uma ancestral vinculação consuetudinária.
Porém, o mal, a perversidade, a progressiva perda da pureza originária faz com que a lei, procurando a sua fundamentação essencial no bem, perca, na usura do cotidiano, o seu sentido mais absoluto, dela não restando, na maior parte das vezes, mais do que a face visível e hipócrita da sua formalização institucional.
O homem parece, assim, condenado a conviver com a lei, enquanto aparência inquinada de uma originária carta de conduta que, apesar de visar o bem coletivo e individual, na prática, não consegue superar as barreiras que se levantam. O homem não tem grande escolha...
Será sempre um ser desajustado; um anjo ferido...
Como já se disse, perante uma lei que só pela força se mantém, resta-lhe procurar a realização do melhor enquanto reflexo do bem possível e justo”.
José Oliveira Barata (Universidade de Coimbra).
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